quarta-feira, 20 de abril de 2016

Manipulação da Mídia - Na Colômbia Quase "Farcsantista"

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Como se somente os "Farcsantistas"(*) pudessem opinar. 
por Enoris Restrepo de Martínez
Como vi pessoalmente incontáveis pessoas na marcha de 2 de abril, e porque por meio das filmagens de um "drone" teleguiado, Colômbia inteira tomou conhecimento do apoteótico desfile contra este Governo e contra as FARC, pensei que não havia motivos para "chover no molhado". Acreditava que a verdade seria aceita.
¡Como sou inocente! Juan Manuel Santos, bastante acostumado a desvirtuar os fatos, disse que foram umas 65 mil pessoas, e seus comprados repetiam que a jornada havia sido um fracasso.
O Governo, com todos os meios a seu alcance, tratou de adulterar um movimento no qual participou a imensa oposição existente no país.
Intermináveis filas de pessoas, com verdadeira paixão, rechaçaram as políticas do presidente Santos, pois segundo as pesquisas, sete de cada dez colombianos tem uma imagem negativa dele. É visível que aqueles que dão sua opinião nas diferentes pesquisas tem o pessimismo como denominador comum. Além disso, marcharam todos os que se queixam da entrega do país às FARC; da insegurança; da inflação; das dívidas da nação; o esbanjamento oficial e seus desbordamentos. Incontáveis seres humanos que exigiam justiça em todos os âmbitos. 
Proclamações, desfiles, cantorias, avisos de todos os estilos e tamanhos, eram aplaudidos em uníssono. Destacavam os distintos aspectos nos quais a Constituição está sendo submetida a tesouradas e entregue ao sabor das vontades das FARC e ELN, grupos manipulados desde Cuba e hoje convertidos em personagens dignos de frequentes entrevistas na TV, ¡como se eles houvessem ganho a guerra!
Outro dos motivos que me motivaram a escrever, mesmo que tardiamente, são os contínuos comentários adulterados que continuam a aparecer em alguns meios de comunicação. Entre esses trinados, houve um tão exagerado, que dizia que a maioria dos participantes era de idosos.  Isso é falso, a maioria era de jovens e  com uma incrível diversidade.  Afirmou o colunista que os uribistas são tão extremados a ponto de poderem ser comparados aos seguidores de Hitler.  Parece que esse senhor, com tantas sandices que escreveu, acredita que são imbecis os opositores de "Juanhampa"(**). Escreveu que no Centro Democrático " ... as ideias se tornaram preceitos intocáveis: 
- sustentam que o aquecimento global é uma mentira;
- que a ajuda estatal aos pobres desestimula ao trabalho;
- que os impostos aos ricos impedem que a economia prospere; 
- que o Estado deve ser pequeno; etc. "
Lembro aos Farcsantistas (*) que a oposição existe e deve ser respeitada. Assim, destaco alguns jornalistas objetivos como Mauricio Vargas, Salud Hernández, Vicky Dávila, María Isabel Rueda, Francisco Santos e Juan Lozano. Mas também entre a oposição há gente de muito valor intelectual e moral, ex-ministros, ex-embaixadores e colunistas como Juan Gómez M., Alberto Velásquez, Jesús Vallejo, Rafael González, Saúl Hernández, Raúl Tamayo, Juan David Escobar, Gustavo A, Gardeazábal, Ana Mercedes Gómez, Rafael Uribe, Cristina de Toro, Jorge Henao, Saúl Uribe, Darío Ruiz, Darío Álvarez, Diana Sofía Giraldo, entre muitos mais, que por falta de espaço e de memória não publico os nomes de milhares e milhares de comentaristas, isto, sem mencionar os milhões de antisantistas preocupados pelo futuro do país.
OBSERVAÇÕES:
Farcsantistas(*) - neologismo colombiano aplicado aos simpatizantes do presidente Santos e de sua política de aproximação às FARC;
"Juanhampa"(**)  - algo como o nosso João-sem-Braço, apelido pejorativo usado contra o presidente Santos).
Fonte: tradução livre de El Colombiano
COMENTO:  pelo visto, o hábito de "comprar a opinião isenta" de parte da imprensa não existe só por aqui. Parece que tal prática como maus vícios, são facilmente disseminadas por nossa América.  Talvez, por influência do Foro de São Paulo pois, não se nota reclamações similares em países onde a imprensa consegue sobreviver livremente de seu trabalho, sem tornar-se dependente das verbas públicas.
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