sábado, 30 de janeiro de 2016

Os Militares e os Mosquitos

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Mensagem encaminhada pelo Coronel Balbi ao Ministério da Defesa e ao Gabinete do Comandante do Exército, em função da notícia sobre a ampliação da atuação das Forças Armadas no combate ao mosquito  Aedes Aegypti.
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Gostaria de me apresentar. Sou o Coronel Reformado do Exército Brasileiro Marco Antonio Esteves Balbi.
Dirijo-me aos senhores pelo fato de não ter conseguido encontrar outro canal apropriado para apresentar a minha reclamação e a minha sugestão.
O assunto diz respeito à ampliação da atuação de militares no combate ao mosquito Aedes Aegypti, conforme difundido no dia de ontem, [27 Jan 16] através de entrevista do Ministro da Defesa.
Passei 34 anos no serviço ativo. Estou há 15 anos na reserva/reformado. Jamais em minha vida constatei uma Organização Militar que não primasse pela limpeza das suas instalações, aí incluídas as áreas destinadas aos exercícios militares. Mesmo aquelas áreas cedidas por terceiros eram rigorosamente limpas e restabelecidas quaisquer alterações porventura realizadas antes da sua devolução. Assim, repudio a ideia difundida de que as 1200 Organizações Militares do país necessitem realizar um mutirão de limpeza. Aliás, basta passar por qualquer outro órgão público federal, estadual ou municipal para constatar o verdadeiro contraste no cuidado com a coisa pública, comparando-se com qualquer Organização Militar de qualquer uma das três Forças Singulares. 
Se a finalidade é chamar a atenção da sociedade sugiro que sejam feitos mutirões de limpeza em universidades, hospitais e outras instalações que, a olhos vistos, exalam sujeira e descuido por todos os lados. Coloquem os professores e os estudantes, os médicos e os enfermeiros, por exemplo, com material de limpeza na mão para um mutirão nos seus locais de estudo e trabalho.
Utilizem-se dos clubes de serviço das cidades, Rotary e Lions para campanhas de esclarecimento, junto com os meios de difusão, as associações classistas de empresários e trabalhadores, as igrejas de todos os credos, políticos, ONGs etc. Garanto que se reunirá, se houver liderança, um efetivo muito maior e engajado do que os homens e mulheres das Forças Armadas.
Quanto a distribuição de material impresso, pergunto: por que os Correios já não estão fazendo isso? E as diversas concessionárias de serviços públicos que distribuem as contas pelas casas dos brasileiros? Tem que ser militar das Forças Armadas para fazê-lo?
No que diz respeito à terceira fase da operação, imagino que os 50 mil militares serão treinados para atuar no combate ao mosquito, ficando habilitados a fazê-lo nas mesmas condições, incluindo sua própria segurança, dos agentes que irão acompanhar.
E para finalizar, seria trágico se não fosse cômico, militares visitarem escolas para reforçar a conscientização dos estudantes no combate e no controle do vetor. Pergunto: onde estão os professores, diretores, pedagogos destas escolas que já não estão, desde o primeiro dia de aula do ano letivo que se inicia realizando este tipo de trabalho? E as associações de pais e mestres já estão cooptadas e sensibilizadas a trabalhar em prol da comunidade?
Por mais que compreenda que as Forças Armadas gozem, seus homens e mulheres, do mais alto nível de confiança da sociedade brasileira, esta não é por certo sua principal missão constitucional, mas apenas mais uma atividade subsidiária, das muitas que cumpre por todo o Brasil. 
Cordiais saudações
Marco Antonio Esteves Balbi
Recebido por correio eletrônico
COMENTO:  Há quem discorde da manifestação do Coronel?? Com a palavra as autoridades e representantes das entidades citadas, particularmente as que gostam de se titular como "sociedade civil organizada". Bando de hipócritas vagabundos!!
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