quarta-feira, 3 de junho de 2015

Negócio da China - Para os Chineses

Li Keqiang prometendo o que não tem
 e que não vai dar
O premiê chinês Li Keqiang passou pela América Latina agitando promessas mirabolantes. No Brasil, acenou com um faiscante pacote de projetos no valor de US$ 53 bilhões (R$ 160 bilhões). 
É claro que nada será grátis e, como o Brasil não tem dinheiro nas quantidades requeridas, o dirigente comunista assume ares de um super-gato olhando de cima para um mísero rato que ele deseja astutamente engolir. 
Mas o que tampouco está claro é se a China possui o dinheiro que diz ter, de tal maneira são graves as dúvidas sobre a saúde financeira do gigante asiático, que não exibe suas contas de modo convincente. Nesse caso o super-gato não passa de uma fantasia de papel crepe, como gostam os chineses.
A promessa de maior destaque é uma eventual participação chinesa na Ferrovia Transoceânica que ligaria a nossa Ferrovia Norte-Sul à costa do Pacífico, no Peru, com um custo estimado entre 4,5 e 10 bilhões de dólares. 
Mas a Transoceânica não é o único projeto acenado por Li Keqiang. Ele assinou em Brasília 35 atos, levantando o sonho de investimentos em infraestrutura e de aumento da capacidade produtiva do Brasil. 
Isso permitirá que o País “exporte mais aço e menos minério de ferro”, sonhou de olhos abertos o embaixador José Alfredo Graça Lima, subsecretário-geral de Política 2, responsável pelas relações com a Ásia. 
E o termo “sonho” usado pela Folha de S. Paulo foi bem apropriado, pois, como informou o mesmo jornal, as “promessas não cumpridas da China somam US$ 24 bilhões e muito pouco se pode dizer das promessas cumpridas.
Lia Valls, pesquisadora do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas, mostrou-se cética em relação à realização de investimentos na casa dos US$ 50 bilhões anunciados pelos chineses no Brasil (O Estado de S.Paulo). 
Enigma chinês: centenas de milhões de chineses
 vivem na miséria 
enquanto o governo socialista
diz se interessar 
pelo desenvolvimento dos outros.
 Foto: rua de Pequim.
O que pode haver fora de uma intenção colonialista ideológica?
Ela ressaltou que uma coisa é a intenção e outra coisa é detalhar como serão feitos os projetos. “O diabo mora nos detalhes. Precisa ver como é que será feito, se isso vai se concretizar mesmo”. E o socialismo chinês mora à vontade nesses detalhes.
“Muitas coisas são memorandos de entendimentos, protocolos, acordos de cooperação. Isso significa que você vai detalhar o que é isso. Todos esses US$ 50 e tantos bilhões na realidade ainda vão ter uma outra etapa que é detalhar como será feito esse acordo. Uma coisa é intenção e outra coisa é quando você senta para detalhar como será feito, como será construído. O diabo mora nos detalhes. Tem de olhar para ver se isso vai se concretizar mesmo. Não é tão óbvio que vão bancar isso tudo, não”, acrescentou.
Li Keqiang classificou pomposamente os 35 acordos assinados entre o Brasil e a China como uma “cooperação entre dois gigantes”. Segundo ele, a parceria e os equipamentos de infraestrutura chineses permitirão ao Brasil “avançar mais rapidamente”, noticiou O Estado de S. Paulo
Mas a prudência e a experiência histórica apontam que há demasiada lábia nessas expressões.
Em Barreiras (BA), um megaprojeto de processamento de soja parou na terraplanagem. No porto do Açu (RJ), a siderúrgica Wisco desistiu de ter uma unidade no Brasil. Em Mato Grosso e no Pará, o acordo para o financiamento de uma ferrovia está parado há três anos. 
Foram projetos bilionários com capital chinês, anunciados com estardalhaço nos últimos cinco anos, mas que nunca saíram do papel. 
Somadas, essas promessas não cumpridas ou redimensionadas para baixo acumulam ao menos US$ 24 bilhões sumidos nos endiabrados detalhes, segundo levantamento da Folha
No ramo automotivo, alguns fabricantes de automóveis ainda não implantaram os trombeteados projetos industriais no Brasil – casos da Lifan, da Hafei e da Zotye.
Outros investimentos acabaram sendo pagos com dinheiro brasileiro. Em Camaçari (BA), onde a JAC Motors planeja uma fábrica de R$ 1 bilhão, a obra está parada à espera de um financiamento estadual de R$ 122 milhões.
A fábrica da Foton Caminhões, que está sendo erguida em Guaíba (RS), todo o capital de R$ 400 milhões saiu do bolso dos brasileiros; a China entrará com a tecnologia. Será própria ou surripiada de outros? O diabo dos detalhes sabe.
No caso da soja, um dos principais produtos de exportação brasileira para a China, investimentos de pelo menos US$ 8,7 bilhões – que incluiriam compra de terras e infraestrutura para escoamento – não se materializaram. 
Em telecomunicações, a visita da presidente Dilma Rousseff à ZTE, em Xian (China), em 2011, não foi suficiente para a empresa implantar uma fábrica de US$ 200 milhões em Hortolândia (SP). 
O Brasil tampouco conseguiu atrair os chineses para grandes obras de infraestrutura. As empresas de Pequim são pouco receptivas ao modelo de concessão e à participação em licitações, acostumadas como estão ao sistema dirigista do socialismo chinês. 
O Planalto não teve êxito, por exemplo, em envolver Pequim no projeto do trem-bala entre Campinas e Rio, várias vezes adiado.
Por outro lado, a Huawei cumpriu a promessa – mirabile dictu – de abrir um centro de pesquisa e desenvolvimento em Campinas (SP), orçado em US$ 300 milhões. 
Esses antecedentes provocaram ceticismo sobre os anúncios do primeiro-ministro Li Keqiang, como a construção da ferrovia transoceânica e a criação de um fundo de investimento de até US$ 53 bilhões. 
Visita da presidente Dilma Rousseff à ZTE, em Xian, não rendeu nada.
Em julho de 2014, durante a visita do presidente da China, Xi Jinping, o governo brasileiro anunciou um “acordo de cooperação estratégica” entre a estatal Furnas e a gigante chinesa China Three Gorges para erguer a hidrelétrica de São Luiz do Tapajós, no Pará, projeto estimado em mais de R$ 30 bilhões. 
Até hoje a usina não teve a sua viabilidade ambiental comprovada, registrou O Estado de S. Paulo
O discurso triunfal em torno do projeto de construir uma ferrovia binacional unindo o Brasil e o Peru, o Atlântico e o Pacífico foi típico. É o exemplo mais claro da distância que ainda separa os protocolos de intenção assinados com os chineses e aquilo que, efetivamente, tem chances reais de vingar, ainda que a longo prazo, acrescentou o jornal.
Levantamento da Folha mostrou que apenas 14 dos 35 acordos recém-assinados têm recursos assegurados e compromissos mais firmes. 
A exceção de destaque foi que o governo brasileiro deu ganho de causa à empresa chinesa CEIEC, que levou a licitação para construir a nova estação científica “Comandante Ferraz”, na Antártida, por US$ 99,662 milhões, segundo noticiou O Estado de S. Paulo. Mas, neste caso é o Brasil que paga.
A China levou de presente a licitação da futura base brasileira na Antártida que serve a seus interesses militares.
O resultado foi o maior sucesso oferecido pela presidente Dilma Rousseff ao eminente chefe chinês no Palácio do Planalto. E os chineses comemoraram sua vitória sobre o consórcio brasileiro-chileno Tecnofast/Ferreira Guedes. 
O Brasil precisa da base e não podia continuar demorando. Mas a China está empenhada em instalar uma rede global de comunicações com satélites de uso também militar. Nesse sentido, ela apressa a construção de uma misteriosa base na Patagônia, à qual os argentinos não terão acesso.
Essa rede serve diretamente ao sonho chinês de hegemonia militar mundial e de oposição aos EUA. Compreende-se que Pequim tenha a intenção de fazer algo de fato.
Li Keqiang visitará também o Chile, o Peru e a Colômbia, com análogos métodos propagandísticos e intuitos políticos.
O golpe de guerra psicológica de conquista sem disparar um só tiro está sendo obtido graças à cooperação dos “companheiros de viagem” petistas ou nacionalistas bolivarianos.
COMENTO: e de conversa fiada em conversa fiada, o tempo vai passando e a plebe engambelada, na eterna esperança de melhorias. Serão mais projetos intermináveis e impagáveis, como a eterna transposição das águas do rio São Francisco, o "trem bala" ligando RJ a SP e muito mais pantomimas como o povão gostcha. E os contribários (contribuintes otários) trabalhando muito para pagar a farra.

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