quinta-feira, 31 de maio de 2012

Não Chorem Por Mim ...

por Valmir Fonseca Azevedo Pereira
Cabisbaixo, lá ia o antigo defensor da lei e da ordem. 
Era pobre, tinha família, mulher e filhos, coitados com curto dinheiro, muitos dias e muitas noites sem o marido e sem o pai.
Ossos do ofício, juramentos de lealdade, de amor à Nação.
Quantos dias e quantas noites, uma lida dura para coibir assaltos, atentados, seqüestros, isto sem conhecer os bandidos.
Cumprira com sacrifício todas as missões e, seguindo o seu caminho, por orgulho, atreveu-se a levantar um pouco o queixo.
Sim, foi dureza, mas graças aos companheiros de lutas, no ardor das operações, apesar das perdas, em que pese as operações fracassadas, tivera sucesso em muitas e difíceis jornadas.
Com tais pensamentos, prosseguiu mais confiante.
E depois, ao término das lutas, com a vitória sobre a subversão, o reconhecimento, muitos abraços e elogios. Muitas loas ao seu trabalho e dos outros, que como ele haviam se subordinado às ordens superiores, com afinco, com determinação.
Sim, quantos subversivos prenderam? Quantas ações impediram? Quantos assaltos frustraram? Ninguém sabe e nunca saberá.
Alguns “guerrilheiros” (na realidade, sórdidos terroristas) de reconhecida importância na hierarquia do comunismo foram presos. E também outros, famosos pela crueldade e merecedores de um “tratamento especial”. Mas qual, a missão era entregá-los para um julgamento justo.
Depois, leria que o preso acusava–o de tortura. É duro, mas é a verdade.
Imerso em seus pensamentos segue o ex-agente. Agora com a fronte mais erguida, pois agiu com lealdade; portanto, nada do que se envergonhar.
Após anos de sacrifício, dispensado da missão retornou para o seu antigo dia–a–dia.
Finalmente, a merecida aposentadoria, uma pena que seguida do esquecimento, pois violentamente atacado pelos antigos subversivos, vira–se abandonado e esquecido pelos seus antigos chefes.
A sua velha e Impoluta Instituição, nem sabia mais quem ele era.
O pobre teve uma breve recaída ao lembrar–se do abandono, e seu olhar voltou-se para o chão.
Porém, nos últimos sofridos anos, só com sua família e poucos amigos, fora capaz de suportar, com dificuldade, tantas virulências e ataques.
Nos derradeiros anos fora tomado por uma amargura indescritível, perseguido, enxovalhado, visto e acusado como o mais crápula dos homens.
Mas apesar de tudo, por ter resistido, voltou a levantar a cabeça, com orgulho pela sua capacidade de afrontar de pé e com honra tantas adversidades.
Eis de volta o antigo e honrado cidadão.
E assim, o intrépido ex-agente, orgulhoso do dever cumprido, foi em direção à armadilha preparada pela Comissão da Verdade.  Chegara diante do seu último sacrifício.
E como último pedido, bradou para os amigos, inimigos, carrascos, desinteressados, para todos enfim, não chorem por mimIn extremis, apenas pensou,mas cuidado, pois a sua vez ainda chegará”.
Brasília, DF, 26 de maio de 2012
Gen Bda Rfm Valmir Fonseca Azevedo Pereira
Fonte:  Ternuma
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quarta-feira, 30 de maio de 2012

Do Cálculo Renal à Epifania

por Janer Cristaldo
Nada se cria, tudo se copia, dizem as gentes. Se existe um campo onde este axioma impera, este campo é o das religiões. A começar pelo judaísmo. Não existe Bíblia sem o Egito, dizia Thomas Römer, especialista em história bíblica. O monoteísmo judaico já está em Akenathon. Com a diferença de que Akenathon teve existência atestada na história. E de Moisés, o patriarca dos judeus, não temos sequer um sinal de sua passagem no tempo. A autoria da Tanak – Pentateuco, para os cristãos – não procede, pois no último dos cinco livros Moisés narra sua própria morte no Deuteronômio. Nem Cristo ousou tanto, deixou este relato para os evangelistas. Freud, em Moisés e a religião monoteísta, faz de Moisés um discípulo de Akenathon que teria se associado aos judeus para ensinar-lhes a religião monoteísta.
Quanto aos cristãos, tiveram ainda mais religião de quem copiar. O Novo Testamento é uma apropriação indébita – para não dizer roubo – do livro dos judeus, acrescido de mitos gregos e do paganismo. A História está repleta de deuses nascidos de virgens e mortos no solstício de inverno. A vasta proliferação de denominações cristãs era tendência já embutida no próprio cristianismo. No Brasil contemporâneo, elas brotam como cogumelos após a chuva e fazem feroz concorrência aos católicos.
Não há religião hoje que não seja uma sopa de religiões antigas. Os tais de neopentescostais, que infestam as cadeias de televisão no mundo todo, são outros que se apossam do Livro a seu modo. O mesmo fizeram os espíritas. Hippolyte Léon Denizard Rivail, mais conhecido como Allan Kardec, misturou evangelhos com a teoria do magnetismo animal do austríaco Franz Anton Mesmer e construiu sua ficção. Mesmer era médico, estudava teologia e retomou a antiga picaretagem da imposição das mãos. Curiosamente, Kardec, que é francês e está sepultado no Père Lachaise, em Paris, é praticamente desconhecido em seu país. Sua tumba está sempre cheia de flores, colocadas geralmente por brasileiros.
Há alguns anos, recebi visita de amiga que há décadas não via. Para minha surpresa, revelou-se espírita e umbandista. Profundo mistério. Sempre vi o espiritismo como uma religião de origem francesa, inspirada nas teorias de Mesmer, e a umbanda como um culto animista de origem africana. Não via como alguém podia assumir coisas tão díspares. Saí então a pesquisar. E descobri coisas que, como a jaboticaba, só ocorrem no Brasil. Segundo J. Alves Oliveira, em Umbanda Cristã e Brasileira, no dia 15 de novembro de 1908, o Caboclo das Sete Encruzilhadas se manifestou numa sessão espírita kardecista em Neves, São Gonçalo, município fluminense próximo ao Rio, então capital federal. “Foi um escândalo" – escreve Matinas Suzuki, na Folha de São Paulo -. “Embora haja indícios de incorporações de espíritos de índios e de escravos negros nas diversas formas de macumba que existiam no Rio de Janeiro do século 19, os kardecistas não os admitiam por considerá-los espíritos marginais e pouco evoluídos. Quem recebeu o caboclo indesejado, e logo em seguida o preto-velho Pai Antônio, foi Zélio Fernandino de Moraes, um rapaz de 17 anos que se preparava para entrar para a Escola Naval”.
O achado do Zélio Fernandino parece ter vindo de encontro a alguma inconsciente aspiração brasílica e fez escola. Assim como os católicos se apossaram do livro judaico, os umbandistas reivindicaram para si o mediunismo, trouvaille de Allan Kardec. Segundo Alves Oliveira, o caboclo teria assim se revelado: "Se julgam atrasados esses espíritos dos pretos e dos índios [caboclos], devo dizer que amanhã estarei em casa deste aparelho [o médium Zélio de Moraes] para dar início a um culto em que esses pretos e esses índios poderão dar a sua mensagem e, assim, cumprir a missão que o plano espiritual lhes confiou".
O espiritismo então abrasileirou-se, para desalento de seus mentores europeus. Contei então a história do Zélio Fernandino à minha amiga. Que a desconhecia totalmente. Ou seja, nem sabia como se havia operado a fusão de duas religiões em seu cerebrinho. A lambança é tal que já há centros orixás da umbanda, santos católicos e retratos de pregadores do Santo Daime posicionados em lugares estratégicos dos terreiros. E já existe inclusive o umbandaime, que promove a mistura entre a doutrina do daime com a religião afro-brasileira. O Santo Daime desbundou. É um culto sem pé nem cabeça, criado por um seringueiro da Amazônia, cujas cerimônias consistem na ingestão da ayahuasca, beberagem feita de um cipó, que produz vômitos e diarréias, as chamadas “peias”. A nova empulhação cultua o Cristo, a Virgem... e a floresta amazônica, ecologia oblige. Pelo jeito, as tais de peias não eram muito convincentes a ponto de por si só arrebanhar acólitos. O Santo Daime então adaptou-se. Assumiu elementos de hinduísmo, umbanda e hare krishna. Deus para todos os gostos. Aqui pertinho de São Paulo, em Nazaré Paulista, a escola espiritual tem dois gurus, um tal de Sri Prem Baba, o mestre da cerimônia, que pelo jeito é tupiniquim com nome indiano para melhor enganar. Mais o guru Sri Hans Raj Maharaji, que vive na Índia, mas já apita no Santo Daime. Mais o sedizente mestre Raimundo Irineu Serra, seringueiro brasileiro neto de escravos, que morreu em 1971, e teria sido o fundador da doutrina do chá de cipó.
São Paulo, com a maior clientela de crentes potenciais do país, é um semental de novas fés. Outro dia, zapeando na televisão, descobri uma nova igreja, a bereana. E porque bereana? Porque em Atos está escrito: “E logo, durante a noite, os irmãos enviaram Paulo e Silas para Beréia; ali chegados, dirigiram-se à sinagoga dos judeus. Ora, estes de Beréia eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim”. A palavrinha se repete só mais duas vezes e já deu origem a uma igreja. Afinal os judeus de Beréia era mais nobres que os de Tessalônica. E mais nada sabemos de Beréia. Mas quando descobri a nova crença – há coisa de uma semana – as igrejas já eram três: temos a Igreja Evangélica Bereana, a Batista Missionária Bereana e a Adventista Bereana. Com tantos pastores proclamando a independência, a igreja deve ser das mais lucrativas.
E as religiões continuam saltando como pipocas na panela. Em 11 de novembro do ano passado foi criada a Igreja Templária de Cristo na Terra. Seus adeptos seriam nada menos que a reencarnação dos Cavaleiros Templários, braço militar da Igreja Católica formado por monges com voto de pobreza que aceitaram a tarefa de proteger os cristãos dos muçulmanos. De novembro para cá, são apenas seis meses. E a novel igreja já tem um primeiro-ministro, quatro bispos, 20 ministros e 560 mestres, cada qual encarregado de cuidar de 70 fiéis. Walter Sandro Pereira da Silva, o apóstolo fundador, vive “uma vida simples”, em uma casa em São Bernardo do Campo (o “solo sagrado”), com nove dos ministros, sua mãe e cerca de 80 cães e gatos – a igreja tem como tarefa tirar animais da rua.
Quem nos conta é Willian Vieira, repórter da CartaCapital. Com 70 fiéis para 560 mestres, temos 39.200 seguidores. Tudo isso em seis meses, o que dá mais de 6.500 adeptos por mês. O que dá mais de 1.600 conversões por semana. Mais de 230 por dia. Mesmo sentado à mão direita do Pai, o Cristo – que, após três anos de pregação, mal teve um gato pingado para acompanhá-lo ao monte Calvário – deve estar se roendo de inveja.
Walter Sandro, pernambucano pobre de Gravatá, descobriu cedo sua missão. Tinha 2 anos e meio e procurava desesperado a chupeta perdida, quando o Arcanjo Miguel veio em seu auxílio pela primeira vez. “Foi quando apareceu este ser dizendo que ela estava debaixo da cama e que eu devia procurar o Salmo 91.” Quando os pais encontraram o pequeno, ele tinha a chupeta na boca e a Bíblia na mão: milagre. “Nenhum mal te sucederá, nem praga alguma chegará à tua tenda. Porque aos seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os teus caminhos”, dizia o premonitório texto bíblico.
Walter Sandro veio para São Paulo bebê e só voltou a falar com o arcanjo aos 13 anos, quando foi visitar sua cidade natal. Miguel disse-lhe que deveria pregar. Virou evangélico. Anos depois, quando começou a vender seguros, descobriu o dom da retórica e passou a dar palestras motivacionais: deixe de fumar, emagreça, conquiste o amor.
A epifania mesmo só ocorreu em novembro passado, quando Walter Sandro estava prestes a entrar no ar pelo canal UHF 58. Um novo milagre se deu. “O Arcanjo Miguel materializou-se e disse para eu abrir a igreja. Foi tão forte que tive uma crise de cálculo renal. Fui ao banheiro e ele veio e disse pra botar a mão na urina. Eu pus. E saiu uma pedra do tamanho de meio grão de feijão.” À meia-noite o programa foi ao ar já com o nome de Igreja Templária. As reuniões começaram como uma espécie de maçonaria, que aos poucos incorporou doses de Reiki, ioga e passe espírita. Uma pitada de Oriente, outra de espiritismo. Jogue tudo num caldo de cristianismo, misture e agite bem. Está criada uma nova religião.
Com apenas seis meses de existência, além do prédio na Rua Leais Paulistanos, a igreja tem sedes no Rio de Janeiro, no Espírito Santo e em Minas Gerais. É mantida pelo “Carnê da Gratidão”, um boleto com depósito de 33 reais em uma conta do Banco do Brasil. “A pessoa não paga. Ela doa.” E ganha, de quebra, o número do celular de um dos mestres para ligar quando quiser, todo dia até as 2 da manhã. “Qual seu problema? Bem, às vezes Deus não cura agora para testar sua fé”. Vinte pessoas se revezam em três turnos para atender 3 mil ligações por dia no telemarketing. Se tudo der certo e o arcanjo ajudar, em breve a igreja terá seu canal UHF (que custou 120 mil reais) para levar, “em cadeia nacional”, a mensagem do fim do preconceito. “Nós não temos nenhum.” Você está desempregado e o mercado não está para peixe? Crie uma religião. É aposta segura. Nenhum outro ramo do trabalho lhe proporcionará tais retornos em apenas meio ano.
Fonte:  Janer Cristaldo

terça-feira, 29 de maio de 2012

Os Narcoquadrilheiros Colombianos Estão Inquietos

por Graça Salgueiro
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Como todos sabem, as FARC mantêm seqüestrado o jornalista francês Romeu Langlois, que no dia 28 de abril acompanhava um grupo de militares supostamente para fazer um documentário sobre a erradicação de plantação de coca. Langlois usava capacete e colete à prova de balas e na emboscada, que deixou 6 militares mortos e outros feridos, em vez de buscar proteção com os militares o jornalista correu em direção às FARC. Esse jornalista vive na Colômbia há mais de 12 anos e já fez um documentários com o bando comuno-terrorista, levantando suspeitas de que ele mantém laços de amizades com as FARC. Dias depois, em um comunicado feito em vídeo um terrorista confirma que o francês está com eles e que, apesar de ferido em um braço, foi medicado, passa bem e que em breve será liberado. Passado quase um mês, agora que as FARC voltaram a ganhar as páginas dos noticiários internacionais, começaram a impor “condições” para libertar o jornalista. E o governo brasileiro, cúmplice dos “compatriotas” terroristas, já se ofereceu para colaborar no espetáculo macabro.
Nesse episódio do jornalista francês as FARC anunciaram que haviam se comprometido com o governo de que não mais fariam sequestros, entretanto, na semana passada as FARC invadiram uma escola no Puntumayo e seqüestraram 13 meninos com idades que vão dos 10 aos 13 anos. O fato chegou ao conhecimento da ONU que “pede” que as crianças “recrutadas” sejam imediatamente libertadas. Isto é tudo o que estes organismos internacionais fazem porque são cúmplices e dão apoio irrestrito sempre, enquanto as crianças colombianas são seqüestradas na base do engano e da mentira, tornando-se escravas para servir de bucha de canhão de uma guerra insana, miserável e que busca somente a tomada do poder para implantar um governo ditatorial comunista.
Ontem (21/5) as FARC fizeram mais vítimas militares num brutal assassinato a 12 militares — um oficial, um sub-oficial e dez soldados , num desproporcional ataque onde entre 80 a 90 terroristas atacaram 30 militares na zona rural da Guajira, na fronteira com a Venezuela. A cada dia que passa o presidente Santos é mais repudiado pela população, sobretudo por suas leviandades e desprezo à segurança, traindo os mais de 9 milhões de cidadãos que o elegeram acreditando que ele iria dar continuidade à plataforma implantada por Uribe e que ele assegurava que era seu objetivo principal.
Pois bem, essa zona onde houve o ataque dista apenas 150 metros do território venezuelano e foi voz corrente (inclusive eu mesma afirmei isso assim que tomei conhecimento) de que os terroristas das FARC vinham de um acampamento DENTRO da Venezuela, atacaram e voltaram ao seu refúgio. Num comunicado para anunciar esse ataque, Santos, que vem sendo duramente criticado por seus afagos e promessas de conversação com o bando terrorista, teve o descaramento de dizer que “as FARC estão desesperadas pela ofensiva”. Vejam uma das fotos do atentado. Vejam os rostos dos soldados. Quase meninos sendo massacrados e dizimados diariamente pela incúria desse presidente inepto e conivente com os crimes cometidos pelo ditador da Venezuela, que ainda teve a desfaçatez de dizer que “alertou” Chávez de que os terroristas “poderiam” ter-se refugiado em seu território e que Chávez lhe assegurou que tem “um compromisso de não permitir a presença de organizações armadas ilegais em seu território”. E, claro, Santos acreditou!
Entretanto, o comandante do Exército, general Sergio Mantilla, afirmou hoje à tarde em uma entrevista à rádio Caracol, claramente esquerdista, anti-uribista e pró-fariana, o que todos já sabíamos: “Os guerrilheiros haviam saído e entrado novamente na Venezuela”. Resta ver qual vai ser a reação de Santos e do lado de quem vai ficar: da verdade que ele SABE desde sempre, ou de seu “mais novo melhor amigo”.
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Então, hoje (22/5) descobriu-se uma bomba colocada em uma das lâmpadas do teatro Gran Rex, em Buenos Aires, onde Uribe fará amanhã uma palestra. A bomba foi encontrada casualmente por um empregado da limpeza que acionou a polícia. Esta de imediato enviou a brigada anti-explosivos que evacuou o teatro e as imediações. Segundo explicações da Polícia, o artefato constava de dois telefones celulares presos por uma ignição que, ao ser chamado, explodiria, tal e como se fez no atentado ao Clube El Nogal e ao carro de Fernando Londoño.
Sabendo da visita de Uribe na Argentina, colombianos anti-uribistas que vivem lá haviam programado uma marcha de protesto. Sabemos que as FARC já têm células na Argentina e que treinou “piqueteros”, um bando delinqüencial comandado por Luis D’Elia, que exerce cargo de secretário de Direitos Humanos no governo de Cristina Kirchner. 
Seria “coincidência” essa bomba quando já é sabido que as pessoas que promovem essas marchas anti-democráticas são orientadas pelas FARC, como ficou comprovado na “Marcha Patriótica” ocorrida em abril na Colômbia? Seria “coincidência” que atentassem contra a vida de Uribe depois de terem fracassado na tentativa ao Dr Fernando Londoño? Seria “coincidência” tantos ataques e atos terroristas das FARC, depois que foi aprovado pelo Congresso colombiano a Lei de Impunidade que perdoará e apagará as fichas criminais de todos estes psicopatas terroristas, cujos membros são mantidos ideologicamente ou oriundos do Partido Comunista Colombiano, também membro do Foro de São Paulo? Não. Tudo isto é um plano bem urdido para destruir a democracia, não só na Colômbia mas em todo o continente, para desmoralizar e destruir as Forças Militares e todos aqueles que lutam corajosamente contra o comunismo e seus planos de escravização e barbárie.
Fonte: leia o texto completo em Notalatina
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segunda-feira, 28 de maio de 2012

Remuneração das Forças Armadas

por Gilberto Ottoni
A Lei nº 10.331 de 18 Dez 2001, que regulamenta o art. 37 inciso X da CF de 1988 (que dispõe sobre a revisão geral e anual das remunerações), por descaso não é cumprida.
A MP 2.215-01 (LRM) que usurpou direitos dos militares e pensionistas das Forças Armadas está engavetada no Congresso há mais de onze anos aguardando votação.
Para piorar a União não cumpre o que preceitua o Art. 24 da Lei nº 667/69.
Art.24. Os direitos, vencimentos, vantagens e regalias do pessoal, em serviço ativo ou na inatividade, das Polícias Militares constarão de legislação especial de cada Unidade da Federação, não sendo permitidas condições superiores às que, por lei ou regulamento, forem atribuídas ao pessoal das Forças Armadas. 
A União aumentou o salário dos Policiais Militares do Distrito Federal (ativos, inativos e pensionistas) e ignorou o direito ao aumento dos Militares e pensionistas das Forças Armadas.
Um oficial fuzileiro da Marinha, um oficial piloto da FAB ou um oficial engenheiro do Exército, formado no IME, ganha “muito menos” do que um Agente de Polícia Federal, cujo salário é de R$ 7.514,00 “inicial”
Um Suboficial, com mais de 30 anos de serviço, dedicados inteiramente ao serviço das Forças Armadas e da Pátria, ganha menos do que um Policial Rodoviário Federal, cujo salário é de R$ 5.620,00 em “início de carreira”
Um sargento, com 20 anos de serviço (fuzileiro, infantaria, controlador de voo, mantenedor dos radares que controlam o espaço aéreo brasileiro ou especialista de diversas áreas dos quadros das FFAA) recebe “muito menos” do que um soldado da PM-DF, cujo salário é de R$ 4.000,00 em “início de carreira”, sendo que o dinheiro vem da mesma fonte pagadora: a União. 
A Família Militar das Forças Armadas está vivendo de pires na mão e na mendicância devido à indiferença do Estado quanto ao trato das Remunerações.
A defasagem nos vencimentos no decorrer dos últimos onze anos chega à aberração de 135%.
O Estado precisa, sim, revogar a MP 2.215-01 (LRM) com o objetivo de restabelecer de imediato os direitos nas remunerações que foram usurpados pela famigerada MP; e a confecção de uma regra perene, justa, para recompor os vencimentos dos militares e pensionistas, com a finalidade de dar um tratamento de “igualdade” com as demais carreiras do funcionalismo.
A defesa da manutenção das missões constitucionais das Forças Armadas não poderá ser completa se não transitar pelas questões sócio-econômicas que afetam a Família Militar.
Se nossos representantes não socorrem os guardiões da nação, a quem recorrer? 
Gilberto Ottoni é Militar, Cidadão e Eleitor. 
Texto enviado ao presidente do Senado, José Serney, e demais senadores.
Fonte:  Alerta Total
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domingo, 27 de maio de 2012

Cineasta Também é Gente

por Janer Cristaldo
Quando ouço falar em cultura, puxo o revólver — teria dito Goebbels. De minha parte, quando ouço falar em cultura nacional, tenho vontade de chamar a polícia. Não chamo porque não vai adiantar nada mesmo. Ainda há pouco, eu falava das corrupções perfeitamente legais. Aquelas das quais ninguém fala, encontradiças no mundo acadêmico e artístico. Artes, no Brasil, virou uma questão de Estado.
Há milhares de escritores que ninguém leria  a começar pelo Machadinho  vendendo milhões de exemplares porque o Estado os empurra nos currículos. Mais milhares de atores encenando peças graças à lei Rouanet. Mais dezenas, senão centenas de cineastas fazendo filmes com o dinheiro do contribuinte. Os filmes não precisam vender. Não precisam nem mesmo ser vistos. O que importa é que o cineasta receba o seu. Claro que os beneficiários de tais benesses não podem dizer a menor palavrinha contra o governo. Stalin sabia disto e cultivava carinhosamente seu plantel de escritores e cineastas.
Leis para isso é o que não falta: lei Rouanet, Lei Mendonça, lei do Audiovisual, Fazcultura, e por aí vai. Por cultura, de modo geral, entendem os pedintes espetáculos, filmes ou publicações ligados ao show business, todos com finalidades lucrativas. É como se o artista — ou agente cultural, como parece soar melhor — mandasse um recado ao contribuinte: "em nome da cultura, me repassa teus impostos, que eu quero passar bem".
Fernando Collor de Mello, o Breve, pode não ter agradado as estruturas nacionais de poder. Mas no dia de sua posse, em 1990, deu uma grande alegria, não só a mim como a todos os contribuintes do país: extinguiu a Embrafilme. De uma penada, acabou com a festa de um setor privado que adora o conforto garantido com o dinheiro do Estado. Isto é, com o dinheiro nosso, já que Estado nada produz e nada ganha. Entre outras, esta terá sido uma das razões de sua queda. A gigolagem cinematográfica permaneceu quatro anos em jejum, mas não perdeu a vocação. Em 1994, através da Lei do Audiovisual, meteram de novo a mão no bolso de quem ganha honestamente seu sustento. O mecenato é tão atraente, que até as redes televisivas já pensam em também meter a mão nesse bolso inexaurível, o do povo, para produzir suas baixarias.
No governo Lula, os gigolôs se tornaram ainda mais ousados. Através do decreto 4.945, publicado na calada do réveillon de 2003, cada uma das 1.800 salas de exibição do país foram obrigadas a dedicar 63 dias de sua programação ao cinema nacional. Em 2003, os dias de exibição obrigatória eram 35. A gigolagem conseguiu revogar essa reacionária lei da oferta e da procura para enfiar goela abaixo do espectador seus abacaxis. O que sobra do mercado é reserva dos abacaxis americanos. Só por milagre você hoje consegue ver um filme alemão, italiano ou finlandês. 
Em fevereiro de 2010, comentei o projeto de lei do senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que estava então prestes a ser examinado na Comissão de Educação do Senado, propondo que os estudantes brasileiros das escolas públicas e privadas assistissem no período de um mês a pelos menos duas horas de filmes nacionais. A medida é de caráter obrigatório.
Rosalba Ciarlini, senadora do DEM, partido tão venal como o PT, deu na época dois pareceres totalmente diferentes sobre o projeto. Em maio daquele ano, defendeu sua rejeição. “Esse tipo de norma, por sua rigidez, conquanto possa servir a interesses diversos e estranhos à escola, pouco ou nada contribui para a melhoria do ensino. Ao contrário, pode diminuir a margem de autonomia e de flexibilidade dos estabelecimentos de ensino". 
Em novembro, por ocasião do lançamento de O Filho do Brasil, hagiológio ao analfabeto-mor, a senadora só teve elogios para a proposta, sob a alegação de que a obrigatoriedade das escolas exibirem filmes nacionais "será benéfica para ambos, estudantes e indústria cinematográfica. A produção nacional, com raras exceções, tem qualidade plástica e conteudista irretorquível, diversidade temática e de público-alvo". O que a senadora propunha, no fundo, era a exibição obrigatória de uma ficção sobre o presidente mais analfabeto, mais incoerente, mais mentiroso, mais corrupto e o maior acobertador da corrupção que o Brasil jamais teve em seus dias de república. Mesmo assim, o filme de louvor a Lula deu com os burros n'água.
Pois bem, o projeto infame de Cristóvão Buarque foi agora examinado na Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados. E acaba de ser aprovado. Segue para a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara. Onde obviamente será também aprovado. 
As artes nacionais, de tão excelentes, vivem hoje de esmolas do poder. Tanto escritores como cineastas, artistas plásticos, atores de teatros, são humildes pedintes de verbas governamentais, que estendem o chapéu ao Planalto. Desde há quatro décadas, não assisto cinema nem teatro nacionais. Poderia eventualmente assistir. Mas além de ingresso gratuito, quero limusine na porta de casa. Afinal, se há anos venho financiando estes parasitas com meus impostos, sem limusine nada feito. E mesmo com limusine, sei lá! Tampouco leio autor cuja leitura seja obrigatória nas escolas. Quer dizer: não leio praticamente nada da literatura que se faz no Brasil.
Esta corrupção, com patrocínio do Legislativo, jornal algum denuncia. Os jornais são cúmplices. Suas páginas abrigam e louvam escritores, atores e artistas que são gigolôs do poder. Que nada valem por suas obras e que só são conhecidos porque impostos a um público indefeso. A União Soviética morreu há duas décadas. E o Brasil continua financiando escritores e artistas venais, como faziam os comunistas no século passado.
A meu ver, o projeto do senador Cristovam Buarque é tímido. Bem que podia ir mais longe. Mais duas horas obrigatórias de teatro nacional. Mais outras duas de Rede Globo. Mais outras tantas de Caetano Veloso, Chico Buarque e Gilberto Gil. Mais duas de Xuxa e Sílvio Santos. E mais duas  por que não?  de Edir Macedo e R. R. Soares. Isto é Brasil. Isto é brasilidade. Isto é cultura nacional. 
Nem só negros querem cotas. Cineasta também é gente.
Fonte:  Janer Cristaldo

sábado, 26 de maio de 2012

Argentinos, Somos Vocês Amanhã!

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A propósito da instauração da Comissão da Meia Verdade, lembrei de um bom texto de um Oficial Argentino a respeito do revanchismo que se desenvolve também na Argentina, publicado aqui em 2009.

por Juan Gustavo Igounet 
Queridos companheiros e camaradas: o ultraje é permanente. Se considerarmos que as prisões são como conseqüência de haver honrado a palavra dada quando juramos defender a Bandeira até a morte, evitando por todos os meios que ondeasse o trapo vermelho nos mastros da Pátria, será fácil concluir que já se foi o tempo dos advogados.    ..........
Penso que, às vezes, em momentos dolorosos vale a pena um sorriso.
Então, ... respondi com um velho conto.
Diz assim: 
Na África do apartheid, um negro que andava em seu carro pelo bairro dos brancos cometeu uma infração de trânsito. Foi preso, levado a um tribunal de "Justiça" e condenado. A pena consistia em lutar de igual para igual com um leão. Ambos combatentes deveriam jejuar durante dois dias, antes do combate. 
Quando chegou a hora, o negro foi levado ao estádio dos brancos, lotado de público.
Foi amarrado (lhe disseram que era uma precaução para que o leão não resultasse machucado, já que havia que preservar o eco-sistema, e se tratava de uma espécie em vias de extinção). 
Logo, meteram o negro em um buraco, de onde sobressaía unicamente sua cabeça. O leão, faminto e feroz, fui solto.
Arremeteu contra o infrator e na primeira passada lhe arrancou uma orelha; voltou à carga, com água na boca, e na segunda arremetida arrancou do negro o nariz e um naco do rosto; quando preparou a terceira investida, o mortificado negro o viu avançar, mediu e fez um movimento evasivo com a cabeça, logrando morder fortemente os testículos do leão.
Das tribunas surgiu um alarido histérico: "¡Peleá limpio, negro hijo de puta!"
A historia do negro e o leão é ilustrativa. Resulta que, após trinta anos, o inimigo com roupagem cívica nos apresa e diz:
— Nós não somos como vocês: vamos reconhecer seus direitos, lhes submeteremos aos trâmites da Constituição, não como o que vocês fizeram com suas pobres vítimas, indefesas e inocentes. Lhes daremos, enfim, um julgamento justo no qual contarão com todas as garantias. 
Vamos ver o que têm para dizer. ¡Defendam-se!
— Bem, em primeiro lugar, as leis de Ponto Final e Obediência Devida… 
— ¡Não! Essas leis não servem mais, foram declaradas inexistentes pela nova Corte Suprema…
— Ah, bem…, então invocamos em nosso favor a prescrição da ação penal, já que se trata de fatos que já passaram mais de um quarto de século e…
— ¡Não! Esses fatos nunca prescrevem, porque se trata de delitos imprescritíveis, de lesa humanidade…
— Ah, então, nos amparamos no principio da coisa julgada (non bis in idem), ninguém pode ser julgado duas vezes pela mesma causa, e nós já fomos despronunciados…
— Sim, porém não… Tampouco podem amparar-se na chamada "coisa julgada" por que esses juízos foram anulados, resolvidos com base em leis que não existem mais e contrariam os Tratados de Direitos Humanos que se incorporaram à Constituição Nacional a partir de 1994.
— Está bem, então invocamos a anistia e o indulto, que impedem que voltem a nos julgar…
— Claro. Porém as anistias e os indultos estão proibidos para amparar delitos cruéis, atrozes e aberrantes, como os que vocês cometeram contra nós…
— Então alegamos o cumprimento das ordens de serviço, emanadas de autoridades constitucionais, para combater o terrorismo e a subversão apátrida, em tempo de guerra; está claro que segundo a lei vigente no momento, os delinquentes eram os terroristas e não as Forças legais…
— Sim. Porém agora, segundo os Tratados Internacionais de Direitos Humanos, o único delito de terrorismo que existe, é o "terrorismo de Estado", que se assimila ao crime de "lesa humanidade", pelo qual não se pode alegar o cumprimento de ordens ilícitas.
— Sugerimos, então, a nulidade de tudo que foi autuado por juízes designados depois de 1983, pois não são nossos juízes naturais, os quais nos foram tirados (o que poe em risco a validade das ordens de detenção que os atuais magistrados estão emitindo, carentes de competência para julgar esses fatos)…
— ¡Erro! Antes de 1983, quando se reformou o Código de Justiça Militar, vocês eram julgados pelo Conselho Supremo das Forças Armadas, integrado por militares e não por juízes de direito. A nova lei não lhes tirou juízes, só lhes deu mais juízes, e por lambuja, mais aptos, letrados, capacitados e independentes. A nova lei, enfim, lhes deu maiores garantias… Acrescento, a Corte Suprema da democracia disse que essa reforma foi constitucional.
— Ah, não tínhamos visto assim. Então, se a reforma de Alfonsín foi constitucional, ¿por que foram declaradas inexistentes ou inconstitucionais as leis de Ponto Final e Obediência devida, que também são daquela época e que foram aplicadas muitas vezes pela Corte Suprema da democracia?
— É que, como já foi explicado até o cansaço, se tratavam de leis que serviam para a impunidade de delitos que lesionam garantias contidas nos Tratados Internacionais que foram incorporados à Constituição em 1994.
— Bem, então invocamos o principio de irretroatividade da lei penal mais grave, ou de retroatividade da lei penal mais benigna, que é um principio fundamental do direito penal liberal, e que impede que sejamos julgados com base em leis ditadas posteriormente ao fato.
— Esse principio não rege em casos de delitos de lesa humanidade, como os que vocês cometeram… já que, ao serem imprescritíveis, vão sendo enquadrados por todas as leis que sejam promulgadas ao largo da historia da humanidade…
— Entendido, então, permitam que nos amparemos no principio de legalidade, contido no sistema do "tipo penal" (tudo que não está proibido, está permitido), pois o delito de "lesa humanidade" não está tipificado no nosso Código Penal, nem em nossa Constituição Nacional…
— Bem, isso é certo… Porém não se impacientem, lá estará algum dia. Por agora, mesmo que não tenha sido descrito com o rigor formal que exige a lei penal em matéria de "tipicidade", há um par de descrições no planeta, uma das quais obra na Convenção de Roma, creio…
E assim, poderemos seguir até o infinito.
Pergunto: ¿não terá chegado a hora de morder os ovos do leão?
Um forte abraço para todos, e especialmente uma orgulhosa saudação militar a nossos prisioneiros de guerra.
Juan Gustavo Igounet 
Nota: O autor remeteu esta carta a seus companheiros de turma do Colégio Militar da Nação, por ocasião das novas detenções de militares.
Fonte:  tradução livre de AFyAPPA
COMENTO: essa justa argumentação em vermelho não nos faz recordar um certo poeta-masturbador ex ministro "deçepaíz" e atual governador? Será que falta muito para os militares brasileiros decidirem morder os ovos do leão, ou apertar os ovos que tanto afagam? Vão esperar até quando?
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sexta-feira, 25 de maio de 2012

“Negar a Existência do Mensalão é uma Afronta à Democracia”

por Hugo MarquesVeja
Em 2006, o então procurador-geral da República Antonio Fernando de Souza transformou em réus 40 petistas e aliados. 
Eles operavam o que foi caracterizado na denúncia apresentada ao Supremo Tribunal Federal de “sofisticada organização criminosa”, encabeçada pelo ex-ministro José Dirceu. Agora, com a proximidade do julgamento, o ex-chefe do Ministério Público afirma que a tentativa de negar a existência do mensalão é uma afronta à democracia.

 O senhor sofreu pressão para não apresentar a denúncia do mensalão?
Não. Minha postura reservada sempre inibiu qualquer atitude desse tipo. Nunca assumi nenhum compromisso com as autoridades que me procuraram. Fiz meu trabalho da forma mais precisa e célere possível. Tinha 100% de convicção formada. Conseguimos fazer a relação entre os fatos e montamos o quebra-cabeça do esquema, tudo em cima de documentos, de provas consistentes.
 O PT tem se dedicado a difundir a versão de que o mensalão não passa de uma farsa…
Chamar esse episódio de farsa é acusar o procurador-geral e os ministros do Supremo de farsantes. Dizer que aqueles fatos não existiram é brigar com a realidade, é querer apagar a história. Esse discurso não produzirá nenhum efeito no STF. Os ministros vão julgar o processo com base nos autos. E há inúmeras provas de tudo o que foi afirmado na denúncia. Depoimentos, extratos bancários, pessoas que foram retirar dinheiro e deixaram sua assinatura.
 O senhor se sente incomodado com isso?
Na democracia, todas as pessoas estão sujeitas à fiscalização, ao controle, à responsabilização, e há órgãos dispostos a isso. Não serão os partidos políticos nem seus dirigentes que vão dizer o que é crime e o que não é crime. Quando eles querem transmitir um ar de que não aconteceu nada, estão indo para o reino da fantasia. Negar a existência do mensalão é uma afronta à democracia.
 Como o senhor vê as afirmações do atual procurador-geral, Roberto Gurgel, de que está sofrendo ataques de mensaleiros com medo do julgamento?
Se ele fez essa acusação, preciso admitir que tem elementos para justificá-la. A CPI está se preocupando com um assunto que não tem relevância para o seu trabalho. O procurador-geral avaliou que a Operação Vegas não produziu evidências suficientes para pedir indiciamentos, mas não arquivou o inquérito — inclusive a pedido da Polícia Federal — para não prejudicar o andamento das investigações da Operação Monte Carlo. E a estratégia se mostrou bem-sucedida.
 Está comprovado que o PT utilizou dinheiro público no mensalão?
Quem vai fazer esse juízo é o Supremo. Da perspectiva de quem fez a denúncia e acompanhou o processo até 2009, digo que existe prova pericial mostrando que dinheiro público foi utilizado. Repito: há prova pericial disso. E o Supremo, quando recebeu a denúncia, considerou que esses fatos têm consistência.
 O ex-ministro José Dirceu afirma que o senhor o apontou como chefe de uma organização criminosa para se vingar do fato de ele nunca tê-lo recebido na Casa Civil.
Nunca tive nenhum interesse em falar com ele. A minha escolha como procurador-geral foi feita pelo presidente da República. Uma denúncia é formalizada somente se há elementos probatórios sobre uma conduta criminosa. Sentimentos pessoais não entram em jogo. Tudo o que se fala em relação à conduta dessa pessoa tem se revelado verdadeiro na prática. Reduzir uma denúncia dessa gravidade a uma rusga do procurador-geral é quase risível.
 Como o senhor vê essa tentativa de usar a CPI para desviar o foco do julgamento do mensalão?
É normal que quem está denunciado fique tenso às vésperas do julgamento. O julgamento no Supremo Tribunal Federal é uma decisão definitiva. Vivemos num país democrático, num estado de direito. O Supremo jamais faria um justiçamento, vai fazer um julgamento. Tem prova, tem condenação; não tem prova, não tem condenação.
 O que o senhor achou da iniciativa de alguns parlamentares de tentar usar uma CPI para investigar a imprensa?
A imprensa não faz processo penal, a imprensa dá a notícia, dá a informação. Parece mais um meio de desviar a atenção do inquérito fundamental.
 Os acusados tentam reduzir o caso a um crime eleitoral. É uma boa estratégia?
A referência que fazem é que a movimentação de dinheiro tinha origem em caixa dois de campanha. Do ponto de vista ético e jurídico, isso não altera nada. Quando há apropriação do dinheiro público, não é a sua finalidade que vai descaracterizar o crime. No processo do mensalão, temos imputação de crimes de lavagem de dinheiro, corrupção passiva, ativa, peculato, evasão de divisas, quadrilha, falsidade ideológica. Crimes assumidamente confessados. Eles não podem deixar de admitir.
 O governo passado indicou a maioria dos ministros que, agora, vão julgar muitos de seus aliados. Isso pode influir de alguma maneira no resultado?
Uma pessoa, quando aceita ocupar o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal, sabe das responsabilidades que tem e vai cumpri-las. Toda a sociedade espera um julgamento justo e correto. Que esse processo sirva para o amadurecimento da democracia.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Uma Lição Aos Incompetentes Que se Dizem Oposição "Neççe Paíz"

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Não se Iluda: um Inimigo Jamais Perdoa ou Esquece
por Francisco Ferraz
É absolutamente vital saber distinguir o inimigo do adversário. Os dois são muito diferentes entre si. Enquanto o adversário contenta-se em derrotá-lo, o inimigo só encontra paz destruindo-o.
A política, por sua inescapável natureza competitiva, e mais ainda pela publicidade que assume, é um campo de atividades onde proliferam adversários e inimigos. Só não tem adversário ou cria inimigos quem é politicamente inofensivo. Os que têm ambição e lutam por seus objetivos por certo terão adversários e talvez, ao longo da carreira, adquiram inimigos.
Não é preciso gastar tempo para analisar os adversários: são participantes do jogo da política, competidores por vezes duros e até desleais, mas o que desejam é vencer a eleição e ocupar o cargo. Não os move o ódio pessoal, nem o desejo de destruição, que são sentimentos exclusivos dos inimigos. Já sobre estes sempre há muito o que falar e ainda mais para aprender. Inimigos podem surgir na vida pessoal e ser transportados para a política - ou podem surgir nesta própria área. Não importa a origem: o inimigo alimenta sempre um sentimento negativo para com você.
Mais fiéis que os amigos
Quando seu inimigo mentir sobre as razões para hostilizá-lo, caberá a você revirar as gavetas da memória e provar que a verdade é outra. Mas o eleitor não vai aprovar a rusga pública. Se a origem da animosidade é indiferente, sua razão importa - e muito.
Há inimizades cuja natureza é pessoal. Outras nas quais o porquê é estritamente político. Quando o motivo for pessoal, ele é irremovível.
Inimigos costumam ser mais fiéis que os amigos - e quando a razão da antipatia é privada, ela é nutrida em silêncio, cultivada com o adubo do ódio, cresce e cristaliza-se com o tempo. Ao migrar para o mundo da política, entretanto, a inimizade cobre-se de motivos nobres e elevados para se justificar diante da opinião pública. Deste modo, assume convenientemente a forma de um conflito de interesses e ideias. É preciso, portanto, saber distinguir com clareza a "hostilidade política" da "inimizade pessoal" travestida de argumentos ideológicos. O pior que pode lhe acontecer é tratar um inimigo como se fosse um adversário, por um erro de julgamento.
A você não interessa desmascarar o inimigo, mostrando ao eleitorado que a razão da hostilidade não é política, mas pessoal. Porque ou você convence o eleitor, ou não. E, nas duas hipóteses, o resultado lhe é desastroso. Se o fizer crer que a razão é pessoal, as conseqüências atingem você e seu antagonista. Afinal, como provar que seus motivos não são igualmente pessoais? Ao eleitor ficará a sensação de estar sendo envolvido num conflito que não lhe interessa, lhe é irrelevante e ainda depõe contra os políticos que usam eleições para resolver diferenças pessoais.
Também não pense que será fácil convencer o eleitor. Seu inimigo vai insistir que nada há de pessoal na desavença: as diferenças entre vocês, por mais profundas e radicais que sejam - pelo menos da parte dele – são exclusivamente políticas. Então, é você quem fica na obrigação de comprovar que a razão é, sim, pessoal. Em outras palavras, caberá a você a tarefa de remexer baús, buscar lembranças de agravos. Enfim, arrastar o debate político para o campo das desavenças pessoais. De novo, exatamente aquele que não interessa ao eleitor. Portanto, não lhe resta outra alternativa que não seja tratar politicamente o conflito, embora "você" saiba que a razão é pessoal. Nada a fazer senão vencer a eleição - estando antecipadamente ciente de que, derrotado, o inimigo ficará ainda mais ressentido e revoltado.
Evite o "faz-de-conta"
Entregue-se à tarefa de destruir politicamente seu inimigo com o mesmo zelo que dedicaria à conquista de suas metas. Em síntese, lidar com um conflito pessoal irremovível "fazendo de conta" que se trata de um conflito político é exasperante, psicologicamente oneroso e estrategicamente complicado. A cada crítica recebida, você decodificará os significados implícitos.
Os sentimentos obscuros que a animaram, sendo desconhecidos pelos demais, parecerão meras críticas políticas. Mas elas lhe atingirão mais profundamente, despertando-lhe o desejo de devolver a agressão e, até, partir para o confronto pessoal e físico. Você viverá permanentemente a sensação de estar sendo vigiado, perseguido e acuado - e, diante do menor erro, o outro estará pronto a explorá-lo impiedosamente. Você precisará conviver com a plena consciência de que, para lhe fazer mal, seu inimigo é capaz de agir contra os próprios interesses. Se ele for verdadeiramente um inimigo duro e irreconciliável, aquele cujas razões têm origem pessoal, pouco ou nada terá a perder, já que seu objetivo é destruí-lo. O inimigo que deve ser evitado é aquele que afirma:
"Mil amigos não são suficientes, um inimigo o é."
Não existe inimigo inofensivo. Maquiavel, assim como outros pensadores da "escola realista" da política, quando trata desse tipo de inimigo fala em "destruí-lo", mas na acepção literal do termo: "matá-lo", o que, em outras épocas e sistemas políticos, constituía uma prática política adotada sem maiores escrúpulos. Foi com esse espírito que o general e governante português, Ramón Narvaez (1800-1868), no leito de morte, respondeu assim a pergunta do sacerdote sobre perdoar seus desafetos:
"Eu não perdoo meus inimigos, já os matei todos."
Mas numa sociedade moderna e civilizada, num estado de direito, numa democracia, a política se desenvolve dentro de limites que repudiam, condenam e punem práticas brutais, tão típicas da fase renascentista. Portanto, quando se fala em "destruir" o inimigo, isto significa derrotá-lo politicamente, retirar-lhe o espaço de manobra e evitar sua recuperação, removendo-o do mundo político dentro das normas legais democráticas e do respeito aos direitos e garantias individuais.
Trata-se, pois, de uma destruição política - não pessoal -, da subtração pela falta de meios necessários para participar do jogo político. Dedique-se a esta tarefa com o mesmo zelo que dedicaria à conquista de suas metas.
Distantes e bem vigiados
Os feitos de César Bórgia inspiraram Maquiavel, que imputou-lhe um único, porém fatal, erro estratégico: iludir-se com os inimigos. Por fim, não caia no engodo de tentar mudar seus inimigos e de, se não conseguir torná-los amigos, pelo menos neutralizá-los. Será pior. Se eles forem verdadeiramente inimigos, interpretarão o gesto como fraqueza, algo revelador do medo que você tem deles. Poderão fingir que aceitam a aproximação para conhecer melhor seus pontos fracos, segredos e carências, para atacá-lo no momento em que estiver mais vulnerável. Já os adversários você pode tentar modificar e até transformar em amigos, principalmente se os procurar quando os tiver vencido.
Quanto aos inimigos, a melhor política é mantê-los à distância e bem vigiados. Saiba sempre onde estão, com quem se encontram, o que dizem, em quem confiam e, se possível, quais são seus planos. Tais cuidados são necessários porque os inimigos nunca esquecem. Em O Príncipe, o clássico do poder cuja inspiração foram as realizações do governante e duque italiano César Bórgia (1475-1507), Maquiavel vaticina, sobre o que classificou como o "único erro" cometido pelo líder renascentista, notório por seu calculismo, sua ambição e truculência: "Quem pensa que, entre personagens importantes, novos benefícios fazem esquecer antigas injúrias, se engana."
Francisco Ferraz,
 em Política & Políticos

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Dou-me o Direito de Discordar


por Paulo Roberto de Almeida
Sobre isto: ... 
A presidente Dilma Rousseff empossou nesta quarta-feira, em Brasília, os sete integrantes da Comissão Nacional da Verdade, grupo de trabalho que irá apurar violações de direitos humanos durante a ditadura militar, entre os anos de 1946 e 1988. Com voz embargada, a presidente negou que o colegiado busque “revanchismo” ou a possibilidade de “reescrever a história”. Ex-integrante da organização clandestina VAR-Palmares, a presidente se emocionou ao relembrar os “sacrifícios humanos irreparáveis” daqueles que lutaram pela redemocratização do país...
peço licença para discordar.
Como ex-integrante de dois desses grupos que alinharam contra o regime militar, no final dos anos 1960 e início dos 1970, posso dizer, com pleno conhecimento de causa, que nenhum de nós estava lutando para trazer o Brasil de volta para uma "democracia burguesa", que desprezávamos.
O que queríamos, mesmo, era uma democracia "popular", ou proletária, mas poucos na linha da URSS, por nós julgada muito "burocrática" e já um tantinho esclerosada.
O que queríamos mesmo, a maioria, era um regime à la cubana, no Brasil, embora alguns preferissem o modelo maoista, ainda mais revolucionário.
Os soviéticos - e seus servidores no Brasil, o pessoal do Partidão - eram considerados reformistas incuráveis, e nós pretendíamos um regime revolucionário, que, inevitavelmente, começaria fuzilando burgueses e latifundiários. Éramos consequentes com os nossos propósitos.
Sinto muito contradizer quem de direito, mas sendo absolutamente sincero, era isso mesmo que todos os desses movimentos, queríamos.
Essa conversa de democracia é para não ficar muito mal no julgamento da história.
Estávamos equivocados, e eu reconheço isso. Posso até dar o direito a outros de não reconhecerem e não fazerem autocrítica, por exemplo, dizer que nós provocamos, sim provocamos, o endurecimento do regime militar, quando os ataques da guerrilha urbana começaram. Isso é um fato.
Enfim, tem gente que pode até querer esconder isso.
Mas eles não têm o direito de deformar a história ou mentir..
Paulo Roberto de Almeida
 é sociólogo e diplomata

terça-feira, 22 de maio de 2012

Levante, Nazismo e "Esculachos"

por Felipe Melo
A perseguição aos judeus na Alemanha iniciou-se efetivamente no ano de 1933. Em 1º de abril, pouco depois de subir ao poder, Adolf Hitler decretou um boicote oficial a todos os comércios – mercearias, joalherias, armazéns, bancos, dentre outros – que pertencessem a famílias judias.
A tropa de choque do partido nazista, a Sturmabteilung, pichava a palavra Juden (“judeu”, em alemão) nas vitrinas das lojas, e muitos membros da SA ficavam parados diante dos estabelecimentos comerciais de judeus ostentando cartazes com os dizeres: Deutsche! Wehrt Euch! Kauft nicht bei Juden! (“Alemães! Defendam-se! Não comprem de judeus!”). Com o tempo, passou-se a pichar as palavras Achtung. Juden (“Atenção. Judeu.”) nas portas dos prédios, nos muros das residências e nas calçadas diante das moradias de famílias judias.
Os judeus eram considerados Untermensch (subumanos) por fazerem parte de uma raça inferior. Assim, eram alvo de toda sorte de perseguições, e, como se sabe, cerca de 6 milhões deles foram exterminados nos campos de concentração da Alemanha nazista – campos que, aliás, foram construídos com apoio logístico, financeiro e militar do governo soviético.
As imagens são chocantes, realmente. Esses atos de vandalismo e de ódio, frutos da eficientíssima propaganda nazista, parecem hoje uma insanidade intolerável àqueles que possuem um mínimo de noção do que significa decência, liberdade e honradez. No entanto, mais de meio século depois das atrocidades cometidas contra os judeus na Alemanha, vemos hoje o mesmo modus operandi, a mesma organização e a mesma lógica de superioridade no Brasil.
Estão vendo as fotos à esquerda? As pichações foram providenciadas pelo Levante Popular da Juventude em ações que estão sendo conhecidas como “esculachos” ou “escrachos” – verdadeiros pogroms morais. O objetivo dos “esculachos” é denunciar publicamente supostos torturadores da “ditadura” militar e seus cúmplices, atraindo a atenção da opinião pública através de pichações, manifestações e encenações de toda sorte.
Assim como a  Sturmabteilung, o Levante é movido pelos mais puros sentimentos de superioridade, que, ao invés do cunho racial dado pelos nazistas, possui fulcro político-moral. Tal qual a propaganda nazista levava a crer que os judeus eram perigosos e perniciosos somente por serem judeus, o Levante é movido pela propaganda comunista brasileira que, até hoje, esforça-se por mostrar que aqueles que foram agentes de Estado durante o regime militar são maus apenas por terem trabalhado para o Estado.
As acusações de tortura, sequestro e desaparecimento que a tropa de choque do Levante utiliza são baseadas tão-somente na palavra das supostas vítimas – que, devemos lembrar, basearam sua ação armada na construção de uma bem concertada rede de divulgação de mentiras elaboradas com o intuito de minar a credibilidade dos militares.
O que estarrece nessa situação toda é que a agressividade dessa escumalha comunofascista é recebida com loas e louros pela imprensa. Paulo Henrique Amorim, membro honorário do JEG (Jornalistas Empregados pelo Governo) e da BESTA (Blogosfera Estatal), não se cansa de divulgar e apoiar em seu site as ações da trupe esquerdóide. Marcelo Rubens Paiva chegou mesmo a agradecer ao Levante pelos “esculachos” em seu blog, no site do jornal O Estado de S. Paulo: “Bacana. Criativo. Justo. Obrigado, garotada.”
Para o Levante, pouco importa se realmente essas pessoas cometeram os crimes que eles as acusam de ter cometido. Isso é somente secundário: é irrelevante. Assim como era irrelevante para os nazistas se os judeus eram, de fato, uma ameaça ou uma “raça inferior”. O que importa é a prática do ódio, o reforço da propaganda, o achincalhamento público. Não interessa ao Levante que os supostos crimes sejam apurados e que a verdade venha à tona: o objetivo mesmo é constranger, humilhar; é fazer com que em torno dessas pessoas se forme um perímetro de ostracismo moral e social. 
E a verdade? Como diria o pusilânime e relativista Pôncio Pilatos em “A Paixão de Cristo”, de Mel Gibson: Quid est veritas? O que é a verdade? Pelo visto, a resposta que mais apetece a essa gangue foi dada por Joseph Goebbels: “Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade.

Brasil Roubado Pela Canalha

Em outubro de 1991, dezessete brasileiros reuniram-se, antes da crise COLLOR, para um trabalho de esclarecimento ao povo do que nos aguardava no futuro. Sentia-se que estávamos de ladeira abaixo no campo ético e moral. Não queríamos ser salvadores da pátria, pois já estávamos calejados do tempo de Getúlio e Jânio, e víamos a desgraça aproximar-se com o novo Presidente eleito. A cena do mesmo subindo as escadarias do STF, abraçado a um calhamaço de papel para provar que o Presidente SARNEY era ladrão foi tão dantesca e escandalosa que para qualquer homem de bem via-se ali a mais perfeita demagogia, completada com a cena do último programa de propaganda política onde acusou o adversário de crime torpe. Sentia-se que tudo era válido pelo poder, de ambas as partes.
Nossa luta começou a incomodar alguns, denominados de uma tal chamada esquerda. Jurássicos, generais de pijama, saudosistas etc. Era a certeza de que estávamos a palmilhar no caminho certo. Só se joga pedra em árvore que dá bom fruto. Cada artigo era um alerta para a crise que se previa. Explodem os escândalos. Dinheiro (dólar) em colchão e mil coisas a mais. Crise institucional. O País sem rumo e vendo os poderes da República apodrecendo e novos salvadores da Pátria surgindo e escondendo seus escândalos.
Como previu o Grupo, caiu o Presidente e assumiu o seu vice-presidente. Instala-se um governo sério e o rebotalho tudo fazendo para que nada fosse apurado. A CPMI, dirigida pelo senador Jarbas Passarinho, ainda conseguiu fazer uma pequena limpeza. A Comissão Especial de Investigação, criada pelo presidente Itamar, lutou o que pode. Mostrou uma pequena parte da podridão existente no País. Tristeza. Fazia e faz vergonha o que lá se apurou.
O Grupo Guararapes fez parte daquela Comissão. 
Saiu o Presidente Itamar e o novo governo de FHC recebe das mãos do ex-presidente toda documentação da Comissão Especial, cujo trabalho deveria ser continuado. O primeiro ato do governo foi dar fim a tudo que se tinha feito. Tudo jogado fora. Criou-se uma crise no novo governo. O seu líder no senado — senador Pedro Simon — não aceita a descontinuidade do trabalho da Comissão. Sentiu que não teríamos um governo sério. 
Para não falar muito só é preciso lembrar:chegamos ao limiar da irresponsabilidade” frase dita por um elevado funcionário numa das transações realizadas pelo governo. Quem não se lembra de documentos encontrados debaixo de uma ponte para justificar bandalheiras realizadas e nunca apuradas.
Sai FHC e vêm os arautos da esquerda comandados e seduzidos por Lula. Eram os donos da verdade. Quem conhecia seu passado não poderia esperar grande coisa. Segurando-se no ambiente favorável da economia mundial e na santa medida da implantação do Real do governo Itamar, foi levando o governo e aplicando violentamente o princípio de que “os fins justificam os meios”. Um verdadeiro desastre moral. O câncer da corrupção foi alastrando-se e tudo foi válido para que fosse eleita a sua candidata. Uma vergonha nacional!
Assume a presidência a senhora Dilma que não teve o direito nem de escolher seus ministros, dos quais sete caíram por atitudes não republicanas. E a República apodrecendo. De repente assume ao ministério uma senhora que se orgulha de colocar aos quatro ventos o que nas alcovas que freqüenta, fazia. Pudor, recato, coisas íntimas de sexo não mais levados em conta. Era a sociedade apodrecida que se colocava a nu.
Agora, por último, vem o escândalo do Cachoeira, que foi preso. Onde se encontra o Valdomiro, comprado por Cachoeira? Farras, dinheiro sujo, mulheres, governadores, deputados, senadores, prefeitos, vereadores, funcionários públicos, messalinas, cafetões, e todos os tipos do baixo mundo juntos, devorando o erário público e a canalha procurando esconder a desgraça que estamos vivendo.
Ainda bem que não culparam os militares. Não conseguiram um metido nesta desgraça. 
POBRE BRASIL! POBRE POVO! GOVERNADOS POR GRANDES CANALHAS!
Fonte:  adaptado do Grupo Guararapes