segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

A Merda na República de Mamar

por Jorge Serrão
Até quando agüentaremos viver na escatológica República de Mamar? Eis a questão difícil de ser respondida por brasileiros. Afinal, nos acostumamos, ao longo da história tupiniquim, a sobreviver em um lugar onde é mau costume mamar nas tetas de um Estado — autoritário e que explora seus recursos naturais, financeiros e humanos até o esgotamento. Não é à toa que esgoto tem tudo a ver com Detrito Federal.
O espaço público parece dominado pela merda. Em seu Estado puro. Por isso não cabem críticas ao popular chefão, apenas porque ele falou merda em um recente discurso de governo. $talinácio vive em permanente campanha eleitoreira para se dar bem. Falar ou fazer merda pouco importa para um sindicalista de resultados. O que interessa é o resultado favorável aos esquemas armados. Se a merda feder além da conta, aperta-se o botão da descarga. Lula é nosso general Cambronne — o que fala merda e depois jura que não falou.
Pelo menos Lula foi sincero ao constatar que o povo brasileiro vive na merda. Mas merda brasileira é muito maior do que parece. A maioria se acostumou ao fedor institucional. Eis porque, sempre que pode, o brasileiro tira proveito da sujeira reinante. A maioria aceita se misturar à merda que nos governa historicamente, para mamar nas tetas do Estado escatológico. Há quase 510 anos nos acostumamos com os desarranjos de uma colônia de exploração. Povo cagado; nação infeliz.
Voltemos aos problemas centrais da República da Mamar. Favor não confundir com a famosa República de Weimar (alemã, dos anos 30, antecessora do III Reich). As duas são apenas muito parecidas. A nossa tem um líder carismático e que se delicia com o poder. Cheio de cacoetes autoritários, ele tira bom proveito de um Estado tecnicamente totalitário, infectado por podres poderes. Resultado natural da escatologia política, econômica e social do Brasil. O Executivo engole os outros poderes. E a máquina de propaganda vende a ideia de que tudo está bem, no melhor dos mundos. Heil, Lula Vargas da Silva! Eis o Nazipetismo (Nacional Socialismo Petralha) que ajuda a engordar os ratos de esgoto.
Na República de Weimar, o líder em ascensão engoliu o parlamento. Tacou até fogo nele! Na República de Mamar, o líder descobriu que é mais fácil e lucrativo cooptar o Legislativo. Tocar fogo pra quê, se os eleitos preferem se purificar nas chamas dos mensalões ou outros clientelismos menos votados? E o chefão daqui ainda conta com a ajuda “constitucional” para reinar através de medidas provisórias. Eis o despotismo legitimado.
Na República de Weimar, o Judiciário também foi conivente com o poder em ascensão. Na República de Mamar, onde a injustiça reina historicamente, o Judiciário vai pelo mesmo caminho. A Segurança do Direito Natural (pressuposto da Democracia que nunca existiu por aqui) nunca esteve tão ameaçada. Decisões do Judiciário atentam contra a elementar liberdade de expressão — garantida na Constituição. Foi apenas uma constatação de que algo vai muito mal a recente decisão do Supremo Tribunal Federal de não interromper a censura imposta judicialmente ao jornal Estado de S. Paulo, em favor do clã Sarney.
Aliás, Sarney e outras famílias (bem ou mal votadas) são símbolos muito vivos da nossa República de Mamar. Em um Estado escatológico como o nosso, uma merda supera a outra. Eis por que os recentes escândalos de Sarney (aliado chave do nazipetismo) já caíram no esquecimento. Agora só se fala em outro José: o Arruda! E a planta de cheiro forte virou o símbolo único da corrupção. A mídia colabora para a criação pública da imagem de que só existe o Arruda de errado no Grande Detrito Federal do Brasil. Ilusão Justa e Perfeita! Em ambas as colunas da descarga do vaso sanitário!
No meio de tanta merda, escondem-se os dois maiores dos roubos praticado pelo Estado escatológico: o da usura e o dos impostos. O Bolcheviquepropagandaminister do nazipetismo nos vende a imagem de progresso econômico. O Brasil reinventou o capimunismo. O Estado descobriu como esbanjar cada vez mais recursos. Bastou formar uma sociedade (joint venture) com os banqueiros que faturam cada vez mais. 
Releia os artigos: O Triunfo da Vontade de Stalinácio e seus banqueiros e Tudo que eu queria era saber por quê...
O mecanismo é cínico e perverso no primeiro grande roubo. O Estado, através do Banco Central, mantém os juros altos. Os bancos cumprem dupla missão no acordo. Ajudam a rolar a dívida pública impagável, segurando a onda dos títulos podres do governo. Em troca, têm permissão para emprestar dinheiro para a sociedade, a juros elevadíssimos e sob taxas abusivas. O crédito viabiliza o consumo que ajuda a inflar a popularidade do Chefão. Até o dia em que a casa cair. Se é que vai cair. ... Mas a chance de desabar é grande. ... Os diamantes são eternos. As bolhas econômicas, nem sempre. ...
O segundo grande roubo nem é sentido pelos pobres que consomem e sustentam a popularidade do Chefão. É o roubo promovido pelos impostos. Os números da injustiça são oficiais — tabulados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Em 2008, quem ganhava até dois salários mínimos (classe média baixa) sentiu no bolso uma carga tributária de 53,9%. No mesmo ano de 2008, quem ganhava mais de 30 salários mínimos (em geral políticos, magistrados ou grandes executivos) sentiu uma carga de impostos de apenas 29%. Mais escatologia que isto, impossível.
Eis as merdas produzidas ou mantidas pelo Nacional Socialismo Petralha na República de Mamar. Precisamos mandá-las para o vaso sanitário da História. Tais sujeiras institucionais e sistêmicas (autoritarismo, corrupção, usura e impostura) ficam bem escondidas da maioria do eleitorado. São quatro temas que precisam ser explorados devidamente pela oposição (se é que ela existe realmente) na campanha eleitoral que se avizinha.
Quem se habilita a comprar a briga contra tanta merda?
Fonte: Alerta Total
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