domingo, 29 de novembro de 2009

Índios de Roraima Estão Furiosos com o Exército, Que Ousa Cumprir a Lei!

por Ricardo Montedo
Com informações do Jornal Folha de Boa Vista. A edição, os comentários e grifos (em itálico e negrito) são meus.
A corja de ongueiros, indigenistas e candidatos a santo promotores da pantomima que resultou na criação da reserva Raposa Serra do Sol, estão agora revoltados com o Exército, que vem inviabilizando a prática ilegal do garimpo pelos indígenas, na área da reserva.
Os índios, reclamam da "truculência" dos militares, que explodiram e incendiaram maquinários de um garimpo na comunidade Flexal, a 360 km de Boa Vista. As ações fazem parte da Operação Escudo Dourado, movida pelo Exército em conjunto com a Polícia Federal.
Os silvícolas estão fabricando armas e prometem guerrear, com arco e flecha, contra o Exército. Segundo o tuxaua Abel Barbosa, 72 famílias do Flexal eram mantidas pelo garimpo de ouro e diamantes. Segundo ele, o garimpo é feito há bastante tempo, inclusive pelos antepassados. “O garimpo não é ilegal. A terra é nossa. Temos o direito de usufruir de seus minérios”, diz.
(Em outras palavras, antes de Pedro Álvares Cabral os índios da Abya Yala — a grande pátria indígena — já extraíam minério, numa extraordinária visão de futuro, pois previram a chegada dos homens brancos e os grandes negócios que fariam com o ouro e as pedras!)
Já o macuxi Lauro Barbosa, ex-presidente da Sociedade em Defesa dos Índios Unidos do Norte de Roraima (SODIUR), exclama: “Esse é o meio de sustentarmos nossas famílias. Não temos emprego e trabalhamos honestamente. O material que tem lá [no garimpo] é nosso, comprado com o nosso dinheiro. O que vamos fazer agora? Matar? Roubar?”.
(Note que o fato do garimpo ser ilegal não está em questão, para Barbosa. Da manifestação indignada do valente, se conclui que a proibição de uma prática ilegal — o garimpo —, legitimará eventuais roubos e mortes praticados pelos pobres silvícolas oprimidos).
Estou em minha terra e posso nela garimpar, fazer o que for preciso para sustentar minha família”, diz o macuxi, que também quer indenização do Exército e a devolução do maquinário.
(Como se vê, o cocaleiro Evo Morales faz escola, mesmo nos confins de Roraima).
Eles [os militares] colocaram armas na cabeça dos índios e nos obrigaram a deixar o local. Perguntei se eles iriam atirar num homem desarmado e eles não atiraram (que coisa, não?), mas quando percebi, já tinham jogado as granadas e destruído tudo, casas, máquinas e área de preservação”, prosegue.
(AREA DE PRESERVAÇÃO! Como são malvados, esses milicos! Só um detalhe: para separar o ouro dos seixos, usa-se MERCÚRIO! Que diabo de área de preservação é essa?)
OPERAÇÃO — A Operação Escudo Dourado é realizada pelas duas instituições desde segunda-feira, nas terras indígenas Raposa Serra do Sol, São Marcos e Yanomami, para coibir a garimpagem, o tráfico de drogas e crimes considerados transnacionais. O Exército não informou quantos homens emprega na ação, mas somente na segunda-feira prendeu oito garimpeiros na Raposa Serra do Sol.
A fiscalização no local é rígida, inclusive nos locais de acesso à reserva. Ontem, outra equipe da Folha constatou que na entrada para o Surumu, a partir da BR-174, há um forte esquema de segurança, que revista minuciosamente todas as pessoas que entram e saem da Raposa Serra do Sol.
OUTRO LADO
— A Folha entrou em contato com a assessoria de imprensa da 1ª Brigada de Selva, na noite de ontem, quando a equipe de reportagem chegou da reserva, mas até o fechamento da matéria a instituição não se pronunciou sobre as reclamações feitas pelos índios da região.

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