segunda-feira, 12 de outubro de 2009

O General e o MST

OJBT em 11 Out 2009
O dia 7 de outubro de 2009 marcou, de forma indelével e, sobretudo lamentável, uma carreira que, ao seu final, tinha tudo para ser brilhante. Nesse dia, no Senado Federal, o chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República e membro do Conselho de Administração da Petrobras, general Jorge Félix declarou que o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) não representa ameaça para a sociedade e que, como qualquer movimento social, tem seu viés de razão.
A jornalista Dora Kramer, em artigo (Só para Civilizados) publicado no jornal O Estado de S. Paulo, não mediu palavras e afirmou, de forma contundente: Se o chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, general Jorge Félix, acha que a destruição parcial da plantação de laranjas da Cutrale em fazenda invadida é um "excesso" igual a tantos outros do MST, as declarações em tom de indignação conselheira por parte do ministro da Reforma Agrária e do presidente do Incra foram até contundentes.
Pela ótica do governo federal — traduzida na manifestação do general e materializada na mobilização da "base" no Parlamento para impedir a investigação de repasses de dinheiro ao MST —, a percepção do ministro da Justiça para o problema está perfeitamente dentro dos conformes.
No último mês de março, quando quatro empregados de uma fazenda em Pernambuco foram assassinados em confrontos com sem-terra, Tarso Genro atribuiu o episódio às "táticas arrojadas" do MST.
Entre um "arrojo" e um "excesso", temos a expressão "ação grotesca" empregada pelo ministro Guilherme Cassel para definir as imagens do trator derrubando o laranjal, e a avaliação de Rolf Hackbart, do Incra: "Isso não contribui para resolver os conflitos nem colabora com o processo de reforma agrária."
É de se perguntar às quatro autoridades e a tantas outras que mantêm o financiamento público ao MST, além daquela autoridade maior que tudo vê e tudo corrobora, o que seria feito de um cidadão comum — ou mesmo de uma pessoa incomum, como o senador José Sarney, por exemplo — que entrasse com um trator em terras produtivas derrubando toda a produção.
Isso para não falarmos da rotina de vandalismo, que já inclui até a invasão das dependências do Congresso Nacional.
Sim, o que seria feito do invasor? Preso e, na melhor das hipóteses, declarado maluco.
O general não pode ignorar, até mesmo por força das funções que exerce, que o MST é uma organização que atua de forma ilegal e que capta recursos, tanto públicos quanto de ONGs internacionais, através de apêndices diversos e cujas contas estão longe de serem corretas.
O general não tem o direito de considerar não ser ameaça à sociedade uma organização que invade propriedades particulares e prédios públicos, depreda laboratórios e destrói, com requintes de perversidade, plantações e equipamentos. Como não considerar ameaça à sociedade um grupo que se arroga o direito de interromper o trânsito em estradas, cobrar pedágio e, no extremo, assassinar policiais e seguranças particulares? E o que dizer das “escolas” do MST nas quais, em lugar de brasileiros, tanto civis quanto militares com inegáveis serviços prestados à Pátria, são cultuados nomes estrangeiros tais como Guevara, Mao, Fidel e outros do mesmo naipe, em formaturas diárias? Como não considerar uma ameaça à sociedade uma organização que prega a revolução comuno-socialista?
General, o senhor considera que um movimento que destrói 7 mil pés de laranja, danifica 28 tratores, sabota caminhões e sistemas de irrigação, depreda imóveis, arromba armários de funcionários, furta equipamentos, roupas, combustível e defensivos agrícolas, além de deixar mensagens tais como "MST em ação" e "Revolucionários em Luta" pode, segundo qualquer raciocínio, ter algum viés de razão? E no dia 10 de outubro, como a desmentir o general, coube ao próprio presidente da República, que de bobo não tem nada, classificar como vandalismo a ação do MST praticada na Fazenda Santo Henrique, do grupo Cutrale, lembrando que o País tem uma Constituição e leis a serem cumpridas. Afirmou o presidente: Todo mundo sabe que sou defensor das lutas sociais deste país, das lutas para que o povo se manifeste. Entre uma manifestação reivindicando alguma coisa e aquela cena de vandalismo, obviamente que eu não posso concordar com aquilo. Não tem explicação para a sociedade você derrubar tantos pés de laranja para mostrar que está reivindicando. Pode demonstrar sem fazer destruição.
Todos sabemos que se os meios de comunicação não levassem a todo o Brasil o crime praticado pelo MST, o presidente não teria feito manifestação alguma mas, tendo falado o que falou, deixou muito mal o seu chefe do Gabinete de Segurança Institucional. É pena que, hoje em dia, prebendas materiais falem mais alto que a simples e correta enunciação da verdade.
COMENTO: não há como comentar sem desandar para baixaria. Hoje é um dia dedicado à Padroeira do Brasil, só resta lamentar, e muito, por este país e pela instituição Exército, que permitiu que o desqualificado personagem deste texto alcançasse o grau hierárquico que alcançou!!
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