sábado, 21 de março de 2009

Defesa Como Responsabilidade de Todos

por Fábio Pereira Ribeiro
É triste ver hoje jovens negando a importância do serviço militar. Considerando um país como o Brasil, com sua imensidão geográfica, suas riquezas minerais, biológicas e energéticas, sua grande população, e considerando todos os problemas de fronteiras que temos, que de alguma forma afetam diretamente a segurança pública, e principalmente aumentam os índices de violência do nosso Brasil.
Em recente matéria da revista Carta Capital (18/03/2009), “Como escapar do serviço militar”, o jovem Caio Maniero D’Auria obteve dispensa do serviço militar por razões filosóficas, ou ideológicas. E canta vitória por obter a dispensa em relação ao juramento a Bandeira Nacional e também achar que o serviço militar, ou as Forças Armadas é algo que alimenta a violência. Este jovem mal informado, ou com falta de formação civil e de moral não sabe a importância de um exército, de uma força aérea, ou de uma marinha, e que nós brasileiros, conforme a constituição brasileira devemos ter a segurança do Estado em relação as ameaças externas, como narcotráfico, terrorismo, ou ameaças direta de outros Estados.
O que mais me aflige é ver um jovem que se diz muito esclarecido filosoficamente não conhecer os preceitos constitucionais, onde na própria constituição brasileira diz que o Brasil repudia a violência, e qualquer tipo de agressão, inclusive a Guerra convencional. Inclusive o Brasil assinou o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, que inclusive lhe deixa vulnerável em relação ao sistema internacional. Se considerarmos o BRIC (Bloco Brasil, Rússia, Índia e China) somos a única Nação sem proteção nuclear. Precisamos esclarecer a este jovem, e a todos os jovens da Nação brasileira, que temos um Ministério da Defesa, e não da Guerra. Que nossos preceitos sobre defesa são de Paz, e que o Brasil tem um longo histórico de Missões de Paz, como exército integrado da ONU desde a década de 50, em operações de Paz em Suez, Angola, Moçambique, Republica Dominicana, Timor Leste, Haiti e outros países que sofreram na pele a tragédia da Guerra, e que o Brasil como mantenedor da Paz exerceu seu papel estratégico e humano como observador da ONU.
A defesa da liberdade como o jovem prega demonstra uma forma equivocada de faltar com a responsabilidade como cidadão responsável também pelas questões nacionais, e principalmente com o valor de Nação e com a nossa glória de ser brasileiro. 
Infelizmente ainda temos resquícios da ditadura em relação a imagem do Exército Brasileiro, mas devemos ter a consciência de que a segurança e a defesa do país não é uma responsabilidade somente do governo (Estado) e sim de todos os brasileiros. 
Eu sou oficial do Exército Brasileiro, e quando estive na ativa o número de voluntários era superior ao número de vagas que o Exército oferece ao serviço militar obrigatório. 
O termo obrigatório é uma formalidade de Lei, mas na verdade o contingente voluntário é superior ao que o Exército Brasileiro necessita. Mas o que me preocupa é ver a falta de pensamento coletivo que os jovens de hoje tem em relação ao Brasil. Ainda estamos longe de sermos uma potência, pois nossa sociedade não enxerga o Brasil como ele deve ser perante as grandes potências do mundo inteiro. Estamos longe de sermos uma Nação com glória própria, e ao mesmo tempo responsáveis por nossos problemas. A Defesa Nacional é responsabilidade do Estado-Naçāo, ou seja do governo e de todos os brasileiros. 
Hoje este jovem apresenta seu certificado como uma carta de alforria. Que lastima, um jovem que não respeita os valores brasileiros e ao mesmo tempo que não tem preocupação nenhuma com a nossa segurança. Tenho certeza que em um futuro próximo ele questionará sobre os problemas de segurança pública, sobre problemas de drogas, de armas contrabandeadas, e de ameaças externas em relação ao nosso território, como a lenda de que a Amazônia pertence ao mundo e que nossa capital para os americanos é Buenos Aires.
Servir ao Exército, é servir a Nação Brasileira, e não arranca pedaço de ninguém. Eu tenho orgulho de ter servido a Nação Brasileira, e agradeço a Deus todos os dias tudo o que aprendi com o Exército Brasileiro.
Eu sou brasileiro até a morte, mesmo que um dia eu tenha que usar da violência (guerra) para proteger nossa Nação.
Fonte: Mundo RI

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