sábado, 16 de agosto de 2008

Ainda Há Quem Defenda as Forças Armadas

por Jorge Serrão
Carlinhos Metralha em ação
O Delegado da Polícia Civil de São Paulo, Carlos Alberto Augusto, constrangeu ontem um grupo de procuradores da República que discutiam a punição para torturadores da dita-dura no Brasil, no seminário "Crimes da Ditadura: Ainda é Jurídico Punir?".
Investigador do DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) naquele período, o Delegado tomou a palavra para defender as Forças Armadas em meio ao debate sobre a criminalização da tortura cometida no DOI-CODI.
O Delegado fez seu ataque depois que o sub-procurador-geral da República, Wagner Gonçalves, minutos antes, defendera a punição de torturadores.

A denúncia
O Delegado Carlos Alberto pegou o microfone e pediu que outro palestrante, Ivan Seixas — torturado no regime militar —, o apresentasse.
Seixas, constrangido, disse: "Esse é o Carlinhos Metralha, um dos torturadores do DOPS e hoje Delegado da Polícia Civil".
Identificado, o delegado disparou: "As Forças Armadas já foram sucateadas. Agora vocês querem sucatear a moral das Forças Armadas", disse o delegado. "O Ivan Seixas tem o hábito de mentir. Eu trabalhei pela segurança do País".

Procuradoria vai ouvi-lo
O Delegado denunciou que muitos desaparecidos daquele período não foram assassinados, mas estariam "escondidos".
Carlos Augusto defendeu novamente os militares: "Eles não foram os culpados".
Terça-feira que vem o Delegado prestará depoimento na Procuradoria, às 14 horas, sobre o que denunciou.

Os organizadores
O seminário foi organizado pela procuradora da República, Eugênia Augusta Fávero e pelo procurador-regional da República, Marlon Alberto Weichert.
Juntos entraram com uma ação civil pública pedindo a condenação por tortura dos ex Comandantes do DOI-CODI de São Paulo Carlos Alberto Brilhante Ustra e Audir Santos Maciel.
Antes do evento, Weichert pediu um posicionamento firme do governo federal sobre o tema. "É importante que o governo se posicione em relação à abertura de todos os documentos existentes. Se não fica difícil o processo de responsabilização".

E a identidade do Cabo Anselmo?
O Delegado Carlos Augusto aproveitou seu discurso inflamado no seminário para fazer uma cobrança pública.
Pediu que a Comissão de Anistia e a Marinha emitam o documento de identidade de José Anselmo dos Santos, o “Cabo” Anselmo. Carlos Augusto foi o policial que prendeu Anselmo nos tempos da dita-dura.
Fonte: Alerta Total
COMENTO: Em primeiro lugar, parabéns ao Delegado Carlos Alberto Augusto. Mostrou que ainda há Homens "neçepaíz" e que os canalhas podem e devem ser confrontados. Em segundo lugar, verifica-se que na falta de coisa mais séria para agredir as Forças Armadas, o assunto deriva para "abertura de arquivos". Tal tema está nas mãos do governo. As organizações compostas por pessoas que se dizem "lutadoras pela democracia" (mas que na verdade procuraram impor no Brasil a sistema hoje imperante em Cuba, Coréia do Norte, etc), querem que as Forças Armadas "abram seus arquivos" sobre os quais já foi dito terem sido destruídos. Por que esses interessados em escarafunchar o passado não buscam o que querem nos arquivos do antigo SNI que encontram-se no Arquivo Nacional, já que o SNI centralizava todas as informações governamentais da época? Na minha opinião, só querem criar bate-bocas com os militares pois sabem que se realmente houver uma abertura geral da documentação já disponível aos "pesquisadores", terão que discutir o destino dos recursos "expropriados", e dos "auxílios externos" vindos de Cuba e da antiga URSS, além do destino de alguns "desaparecidos" como esteve, por algum tempo o "camarada Daniel" (vulgo "Zé Caroço"). E isso não lhes interessa nem um pouco!

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