sexta-feira, 20 de junho de 2008

Vai Jogar Lama Para Todos os Lados

por Márcio Accioly
A corrupção faz escola e não se tem como remendar. Em São Paulo, o pau está comendo solto por conta da convenção municipal do PSDB, marcada para domingo. Ali, será decidido se o partido terá candidato a prefeito, ou não. O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin quer disputar a prefeitura da Capital.
Mas o prefeito Gilberto Kassab (DEM), que era vice de José Serra e assumiu o posto quando este renunciou e concorreu ao governo (2006), quer ver se conquista o cargo pelo voto popular, dessa vez, e move céus e terras em busca desse objetivo. A tarefa não tem nada de fácil. Kassab quer que o PSDB o apoie e esqueça Geraldo.
Na quinta-feira (19), o presidente do diretório do PSDB no jardim São Luís, zona sul de São Paulo, Pedro Vicente, botou a boca no trombone e berrou que “recebeu proposta de R$ 100 mil para assinar a lista em favor da chapa encabeçada pelo atual prefeito Gilberto Kassab”.
A denúncia foi publicada na Folha Online, em matéria assinada por Wanderley Preite Sobrinho e Marcelo Gutierres. Vicente contou detalhes de tentativa de suborno, por parte de pessoa que, segundo ele, identificou-se como Marcos Aurélio da Silva e é supostamente ligado ao “diretório estadual”.
A verdade é que a disputa na convenção, marcada para domingo, está tomando o aspecto de “briga de cachorro grande”. O prefeito Kassab tem a caneta na mão e muita gente que ocupa cargos na prefeitura não deseja perder a boquinha sete meses antes das eleições. Deixar o certo pelo duvidoso, ainda mais com as denúncias da Alstom.
O governador José Serra (PSDB), tem apoiado abertamente Kassab e o racha dentro da legenda dos chamados tucanos deve provocar fissuras difíceis de consertar. Onze dos vereadores tucanos defendem apoio ao atual prefeito.
Se Geraldo Alckmin sair indicado na convenção, e conseguir ganhar as eleições, nada impede que os vereadores que agora estão contra ele revejam posicionamento, caso reeleitos, voltando a apoiá-lo na justificativa de que política é “negociação”.
Quando FHC cumpria o primeiro mandato presidencial (1995-99), montou esquema de corrupção de arrombar o cutelo, comprando votos para a emenda constitucional ao preço de duzentos mil reais. A denúncia causou enorme frisson na ocasião, mas nunca foi apurada. Como se vê, pode ter sido bem ilustrativa.
Dois deputados federais do Acre chegaram a renunciar, Ronivon Santiago e João Maia, mas tudo ficou por isso mesmo. Os tucanos são mestres na arte de cobrar CPIs, mas jamais permitem que façam com eles o que desejam aos outros. Aprenderam na mesma escola que dá suporte ao PT.
Por essa e por outras é que a vida pública nacional mergulhou na fedentina em que se encontra e onde alguém tenta levantar a cabeça a podridão fica insuportável, por causa do mexido efetuado. Não dá para agüentar nem mesmo tapando o nariz.
E olha que o PSDB foi fundado com a finalidade específica de se contrapor à corrupção endêmica e incurável, principalmente nas acusações que seus membros dirigiam ao ex-governador de São Paulo Orestes Quércia (PMDB).
Mas, depois que Mário Covas assumiu o comando administrativo daquele estado, a quantidade de denúncias e suspeitas contra ele levantadas deixaram à mostra o mesmo tipo de prática que antes os chamados tucanos diziam condenar.
Até que FHC conquistou a Presidência da República, trazendo Sérgio Mota a tiracolo e as despesas com cartões corporativos que um acordo às pressas impediu o PT de investigar. A convenção de domingo promete e ainda existe muita lama para rolar.
Márcio Accioly é Jornalista.
Fonte:  Alerta Total
COMENTO: Há tempos venho afirmando que PT e PSDB são as duas faces da mesma moeda podre que vem comprando a consciência da população "dessepaíz". Ambos ainda perseguindo o sonho de impor o velho comunismo no país, tendo a corrupção como atividade-meio. O PT aliciando o lumpen-proletariado com as "bolsas-miséria", a fim de mascarar de "democracia" as suas atividades espúrias, e o PSDB enfeitiçando os auto-definidos "intelectuais" e "liberais" com suas privatizações sub-faturadas de entidades que, no momento seguinte, passam a dar lucros estupendos. Nossos comunistas retardatários e/ou retardados seguem sua luta sem se deixarem convencer pelas diversas derrotas que esse propósito já amargou e provará novamente, na época oportuna.

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